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Aplicando a Aula 5: Tarot Integrado
Se queremos aprender o tarot de forma integrada, a partir do que vimos hoje, sabemos que existem pelo menos quatro preferências para aprender e compreender o mundo.
Relembrando: no modelo de Jung, cada um de nós possui as quatro funções, mas temos uma tendência a preferir uma delas ao interagir e aprender sobre o mundo. A preferência menos desenvolvida será a oposta à função dominante. Alterar essas preferências é possível, mas exige tempo e esforço, não sendo um processo isento de desafios.
Ou seja, o tarot pode ser aprendido e interpretado de diferentes formas:
De forma lógica, com foco em padrões.
De forma empática, com foco em emoções.
De forma tangível, com foco em detalhes e situações concretas.
De forma abstrata, com foco em teorias e na visão geral (big picture).
Nenhum de nós nasce com as quatro funções igualmente desenvolvidas, segundo o modelo de Jung.
Como aplicar isso na nossa jornada de aprendizado?
Antes de tudo:
Nesta aula, escolhi o modelo de Jung, mas isso não significa que não possamos explorar outros modelos. Na verdade, é essencial considerar também modelos que discordem de Jung, especialmente se quisermos praticar uma abordagem meta-perspectiva. Convido todos vocês a explorar isso, conforme o interesse de cada um.
Com base no modelo de Jung:
Cada um de nós possui uma preferência de aprendizado.
O tarot, no entanto, pode ser aprendido de qualquer uma das quatro formas.
Para aqueles interessados na integração pessoal e no desenvolvimento de um tarot integrado, aprender e aplicar as quatro formas será uma experiência enriquecedora. Minha proposta é que, com os dois caminhos — intuitivo e esotérico —, podemos abordar cada uma dessas tendências:
O caminho intuitivo, na minha visão, favorece inicialmente as funções de sentir e intuir.
O caminho esotérico, por outro lado, privilegia no início as funções de pensar e sensação.
Contudo, os dois caminhos se complementam. Em determinado momento, quem trilha o caminho intuitivo começará a fazer perguntas e explorar interesses mais esotéricos, e vice-versa.
Podemos optar por nos especializar em uma forma de aprendizado e leitura do tarot, alinhada à nossa tendência principal. Assim, seremos capazes de atender pessoas com preferências semelhantes de maneira muito enriquecedora para ambas as partes.
Também podemos escolher — e essa é minha visão sobre o tarot —, além de nos tornarmos especialistas na nossa função predominante, ser generalistas no sentido de conhecer os princípios fundamentais de várias perspectivas. Isso permite comparar, integrar e criar novas abordagens. A intenção não é alcançar perfeição ou maestria em todas as quatro funções, mas ampliar nossa compreensão e capacidades de maneira intencional, dentro do nosso possível.
Com base nos pontos anteriores, podemos compreender que, ao ler o tarot para nós mesmos ou para outras pessoas, as configurações das funções de cada indivíduo influenciam como uma pergunta é formulada, interpretada, respondida e recebida.
Por exemplo, isso ajuda a entender, mas não a explicar completamente, por que uma profissional de tarot pode atender muito bem uma pessoa, mas não outra. Talvez essa profissional tenha uma função principal emocional, enquanto o requerente tem uma função oposta, voltada ao pensamento lógico.
Nesse caso, o requerente pode trazer uma pergunta esperando uma resposta estruturada dentro de uma lógica baseada em padrões, enquanto a profissional foca no lado emocional da situação e formula a resposta nesse contexto.
O sucesso dessa interação pode variar. Há risco de enviesamento na leitura das cartas ou de uma comunicação falha, mesmo que a essência da leitura seja captada, caso a resposta emocional não seja apresentada de forma acessível para um requerente que prioriza a lógica.
Esses pontos nos convidam a refletir sobre como as nossas funções predominantes e as dos requerentes afetam o processo de leitura e comunicação, desafiando-nos a encontrar abordagens que respeitem e contemplem diferentes formas de compreensão.
Ampliação do Exercício Base
Levar o modelo de Jung a sério também pode enriquecer o exercício que vocês estão realizando neste período: abrir uma ou mais cartas por dia, de um ou dois decks, e escrever parágrafos sobre elas.
Sim, continuem esse exercício, mas agora, com o conteúdo da aula de hoje, o convite é expandir a prática de forma consciente:
Reconhecer sua preferência atual
Ao fazer o exercício, reflita sobre qual é a função predominante que você tende a usar ao interpretar as cartas.Expandir suas descrições praticando outras perspectivas
Após explorar a carta por meio de sua função predominante, tente abordar a leitura usando sua função oposta ou menos desenvolvida.Exemplo:
Olhe para uma carta e perceba que seu primeiro instinto é explorar como ela afeta seus sentimentos (função de emoção).
A partir disso, faça um esforço consciente para usar a função de pensamento, que é o oposto da emoção. Pergunte-se: olhando para a carta de forma lógica e buscando padrões, o que posso perceber? Como isso complementa minha interpretação inicial?
Compartilhamento com cuidado
Vocês podem compartilhar as descrições de suas cartas com os colegas, mas sigam esta recomendação: não leiam a descrição de uma carta na qual ainda não trabalharam sozinhos.Ignorar essa orientação pode parecer vantajoso por fornecer informações ou perspectivas novas, mas vocês perderiam a oportunidade de praticar o lado intuitivo de cada um, além de desenvolver uma relação pessoal, livre de influências externas, com cada carta. Escolham sabiamente como querem aproveitar essas trocas.
As Quatro Funções e os Quatro Elementos
É possível que alguns de vocês estejam se perguntando: "Mas, Gringo, você falou sobre os elementos e o modelo de Jung, mas não explicou como os quatro elementos se relacionam com as quatro funções de Jung."
Sim, eu sei — e foi de propósito. Estamos, por enquanto, explorando a parte intuitiva do curso. Futuramente, vou dedicar uma aula inteira aos quatro elementos. Lá, vocês terão a chance de compreendê-los melhor e, a partir dessa base, chegar às suas próprias conclusões sobre como os quatro elementos se encaixam com as quatro funções de Jung.
Continuação: Reflexões Finais e Próximos Passos
O que vou compartilhar hoje é o seguinte:
Não tenho conhecimento de que Jung tenha escrito de forma clara que as quatro funções estão diretamente ligadas ou inspiradas nos quatro elementos. Ainda que o pensamento sobre os quatro elementos possa tê-lo influenciado, isso não significa que eles sejam a origem — ou a única origem — das funções que ele descreveu. Se algum de vocês tiver uma referência direta, com livro, texto e página em que Jung mencione essa relação, por favor, compartilhe nos comentários. Isso será valioso para mim e para todos. Embora eu tenha lido obras de Jung, minha prioridade nunca foi ler tudo, então qualquer contribuição será muito bem-vinda.
Tenho, sim, uma proposta de correspondência entre as quatro funções e os quatro elementos, mas escolho não apresentá-la agora, pelo mesmo motivo que não ofereço palavras-chave para as cartas: quero que vocês desenvolvam suas próprias opiniões a partir de uma base sólida de conhecimento e prática. Talvez isso gere alguma frustração, e eu entendo perfeitamente, pois também passei (e ainda passo) por essa experiência. É natural querer respostas definitivas e imediatas, mas, com o tempo, percebi que algumas respostas, se dadas antes do momento certo, não só perdem o valor, como podem ser prejudiciais. Respostas sem contexto ou prática podem interromper o desenvolvimento da paciência e a construção de uma experiência pessoal mais rica e independente.
O objetivo aqui não é só fornecer respostas, mas incentivar a construção de um caminho autônomo.Embora eu esteja ministrando este curso, minha intenção é destacar que:
Não sou uma autoridade definitiva no Tarot.
Algumas perguntas não têm apenas uma resposta, e muitas vezes, o verdadeiro aprendizado começa quando passamos do básico e entramos no território das perguntas abertas.
Neste estágio, não podemos mais depender exclusivamente de textos primários ou grandes personalidades para nos orientar. É crucial dialogar com outros praticantes que enfrentam as mesmas questões sem resposta.
Por isso, minha proposta é ajudar vocês a se tornarem profissionais de Tarot autônomos, responsáveis, críticos e humildes, capazes de:
Encontrar suas próprias respostas.
Justificar essas respostas.
Colaborar com outros para aprimorar o entendimento coletivo.
Assim, onde vocês esperam respostas prontas, eu proponho que, primeiro, vocês me apresentem as próprias reflexões, para que possamos dialogar a partir delas.
Consolidando o Aprendizado
Esta aula é rica e fortalece a base de vocês no Tarot mais do que aparenta. Nenhuma aula isolada pode substituir a prática constante e a internalização do material. Por isso, além dos exercícios e reflexões sugeridos, reforço a importância de:
Explorar diferentes modelos: Desenvolvam a habilidade de buscar e entender modelos de diversas áreas e de aplicá-los ao Tarot.
Aprofundar-se no modelo de Jung: Dêem uma chance a este modelo. Ao fazer isso, ele pode se tornar uma pedra fundamental no desenvolvimento de vocês como tarólogos.
Reconhecer as diferenças individuais: Cada pessoa, seja tarólogo ou consulente, tem um perfil único. Existem diversos modelos para entender essas diferenças, mas o essencial é saber que, para uma comunicação eficaz, é preciso:
Entender o modelo de mundo do outro.
Conhecer seu próprio modelo.
Saber interpretar as cartas.
Comunicar a mensagem de forma que o outro possa compreendê-la.
O modelo de Jung é uma ferramenta poderosa para melhorar essa comunicação, mas não deve ser visto como uma limitação.
Próximos Passos
Pratiquem bastante, compartilhem suas pesquisas e reflexões sobre Jung e os quatro elementos, e continuem escrevendo os parágrafos das cartas com as novas orientações.
A próxima aula será a última relacionada ao tema como aprender o Tarot.
Na aula anterior, abordamos o tema em uma perspectiva macro, falando sobre os dois caminhos de aprendizado. Hoje, mergulhamos no nível intermediário, usando o modelo de Jung como exemplo de como podemos apreciar a complexidade do Tarot e de nós mesmos.
Na próxima aula, entraremos no micro: exploraremos as capacidades específicas necessárias para aprender e ler o Tarot com profundidade e sensibilidade.